Se aceitarmos o princípio de causa e efeito na Natureza, e de ação e reação na física, não será lógico deduzir que essa lei natural se estende igualmente aos seres humanos? Uma vez entendida a consciência como fundamental em todas as coisas, a pergunta se impõe: “Os homens não pertencem também à ordem natural?”
Eis a lei do karma: aquilo que você semear, colherá. Se semear o mal, colherá o mal sob a forma de sofrimento. E se semear o bem, colherá o bem sob a forma de alegria interior.
Para entender o karma, você deve considerar que os pensamentos são coisas. O próprio universo, no final das contas, é composto por consciência e não por matéria. Esta responde, embora a maioria das pessoas não o perceba, ao poder do pensamento. A força de vontade direciona a energia e a energia, por seu turno, afeta a matéria. Na verdade, matéria é energia.
Toda ação, todo pensamento colhe sua própria recompensa correspondente.
O sofrimento humano não é um sinal da cólera de Deus ou da Natureza contra a humanidade. É, antes, a marca da ignorância da lei divina por parte dos homens.
Essa lei nunca falha em sua aplicação.
Mau Karma e “Inferno”
O Pai Celestial jamais enviaria seus filhos para o suplício eterno, em paga dos erros cometidos durante sua breve passagem pela Terra. Quando usamos mal a liberdade que Ele nos concedeu, temos de arcar com as conseqüências materiais de nossas próprias ações equivocadas. Recompensamo-nos ou punimo-nos por nosso karma positivo ou nossos atos iníquos.
As pessoas que agem mal fomentam tendências perniciosas, que ficam no cérebro à espera de provocar agudos sofrimentos no devido tempo. Essas tendências ocultas, causadoras de angústias – ou “infernos” – são levadas para o mundo astral, após a morte, pela alma dotada de um mau karma. As almas, no estado de pós-morte, não têm sensações físicas e não poderiam, por isso, ser queimadas pelo fogo material. Entretanto, as almas com um mau karma sofrem agonias mentais piores que queimaduras.
A palavra inglesa hell (inferno) vem da raiz anglo-saxônica helan, que significa “esconder”. O termo grego é hélios, “sol” ou “fogo”. Portanto, a expressão “fogo do inferno” é bastante apropriada para descrever as chamas escondidas da agonia que as tendências armazenadas podem produzir na vida terrena ou no mundo astral. O assassino queima por causa de sua consciência pesada, quando acordado, e por causa do terror subconsciente, quando dormindo, e sofre males sem conta no estado onírico da morte.
Um pai bondoso nunca deixaria queimar eternamente uma alma feita à sua própria imagem. A idéia do castigo perpétuo é ilógica. A alma sempre terá sido feita à imagem de Deus. Nem mesmo milhões de anos de pecado mudarão a essência de seu caráter divino. O rancor impiedoso dos homens contra as más ações de seus irmãos é que engendrou a concepção absurda do fogo eterno.
Fonte: extraído do livro “Karma e Reencarnação”, de Paramhansa Yogananda. Editora Pensamento.
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