Doutrina Espírita, Vida após a Morte

Dúvidas dos leitores – O que são espíritos errantes e erraticidade?

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Com base no livro dos espíritos, temos a seguinte explicação para esta dúvida:

A alma no intervalo das encarnações foi definida por Allan Kardec como Espírito errante, que aspira a novo destino, que espera.

Esses intervalos podem durar desde algumas horas até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há extremo limite estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada a purificá-lo das máculas de suas existências precedentes.

Essa duração é uma conseqüência do livre-arbítrio. Os Espíritos sabem perfeitamente o que fazem. Mas, também, para alguns, constitui uma punição que Deus lhes inflige. Outros pedem que ela se prolongue, a fim de continuarem estudos que só na condição de Espírito livre podem efetuar-se com proveito.

[9a – página 155 questão 224]

A percentagem de tempo no plano espiritual para as criaturas de evolução mediana varia com o grau de aproveitamento de tempo no estágio recente que desfrutaram no corpo físico. Quão mais vasta a provisão de conhecimento e maior a aquisição de virtudes, por parte do Espírito, mais largo período desfruta na Esfera Superior para obtenção de mais nobres recursos para mais alta ascensão.

erraticidade não é, por si só, um sinal de inferioridade dos Espíritos.  Há Espíritos errantes de todos os graus. A encarnação é um estado transitório, já o dissemos. O Espírito se acha no seu estado normal, quando liberto da matéria.

[9a – página 155 questão 225]

Não são errantes, porém, os Espíritos puros, os que chegaram à perfeição. Esses se encontram no seu estado definitivo.

[9a – página 155 questão 226]

Os Espíritos errantes estudam e procuram meios de elevar-se. Vêem, observam o que ocorre nos lugares aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados e tudo isso lhes incute idéias que antes não tinham.

[9a – página 155 questão 227]

Na erraticidade, o Espírito pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as idéias que adquiriu.

[9a – página 156 questão 230]

Os Espíritos errantes são mais ou menos felizes, conforme seus méritos. Sofrem por efeito das paixões cuja essência conservaram, ou são felizes, de conformidade com o grau de desmaterialização a que hajam chegado. Na erraticidade, o Espírito percebe o que lhe falta para ser mais feliz e, desde então, procura os meios de alcançá-lo. Nem sempre, porém, é permitido reencarnar como fora de seu agrado, representando isso, para ele, uma punição.

[9a – página 156 questão 231]

Os Espíritos errantes não têm liberdade para ir a todos os mundos.  Pelo simples fato de haver deixado o corpo, o Espírito não se acha completamente desprendido da matéria e continua a pertencer ao mundo onde acabou de viver, ou a outro do mesmo grau, a menos que, durante a vida, se tenha elevado, o que, aliás, constitui o objetivo para que devem tender seus esforços, pois, do contrário, nunca se aperfeiçoaria. Pode, no entanto, ir a alguns mundos superiores, mas na qualidade de estrangeiro. A bem dizer, consegue apenas entrevê-los, donde lhe nasce o desejo de melhorar-se, para ser digno da felicidade de que gozam os que os habitam, para ser digno também de habitá-los mais tarde.

[9a – página 157 questão 232]

As idéias dos Espíritos se modificam muito na erraticidade. Sofrem grandes modificações, à proporção que o Espírito se desmaterializa. Pode este, algumas vezes, permanecer longo tempo imbuído das idéias que tinha na Terra; mas, pouco a pouco, a influência da matéria diminui e ele vê as coisas com maior clareza. É então que procura os meios de se tornar melhor.

[9a – página 191 questão 318]

Ele se acha como tendo saído de um nevoeiro e vê o que o distancia da felicidade. Mas sofre então, porque compreende quanto foi culpado. Não tem mais ilusões: vê as coisas na sua realidade.  Na erraticidade, o Espírito descortina, de um lado, todas as suas existências passadas; de outro, o futuro que lhe está prometido e percebe o que lhe falta para atingi-lo.  É qual viajor que chega ao cume de uma montanha: vê o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer, a fim de chegar ao fim da sua jornada.

[9a – página 453 questão 975]

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