Pensamentos de Gandhi
1 – O desejo sincero e puro do coração é sempre realizado; em minha própria vida tenho sempre verificado a certeza disto.
2 – Divergência de opiniões não deve jamais ser motivo para hostilidade; se assim fosse, eu e minha mulher seríamos inimigos jurados um do outro.
3 – Os meus sonhos não se resumem a sentimentos balofos; faço o possível para converter em realidade os meus sonhos.
4 – A verdade me é infinitamente mais cara do que o meu título de “Mahatma” – contração de maha (grande) e atma (alma) – que não passa de um simples fardo para mim; o que até agora me salvou da opressão desse título de “Mahatma” é o conhecimento da minha indignidade e do meu nada.
5 – Eu consideraria uma blasfêmia identificar-me com Krishna; faço apenas questão de ser humilde operário e nada mais, a serviço duma grande causa, a qual pode antes ser prejudicada do que auxiliada pela glorificação de seus chefes.
6 – Bem pouco sabe o mundo de quanto a minha chamada grandeza depende das incessantes labutas e dos sofrimentos de silenciosos operários, homens e mulheres, devotados, eficientes e puros.
7 – A maior honra que meus amigos me podem prestar é procurarem realizar em sua vida o ideal pelo que vivo – ou então oporem-me a maior resistência possível, se não tiverem fé no meu ideal.
8 – Estou convencido das minhas próprias limitações – esta convicção é minha força.
9 – Não suspiro pelo martírio; mas, se ele me acontecer, nesse caminho que eu considero meu dever em defesa da Verdade que professo, então eu o terei merecido.
10 – Há muitas coisas de que não podemos escapar, sem mais nem menos, mesmo evitando-as. Este invólucro terrestre em que estou aprisionado é o tormento da minha vida; mas tenho de entender-me com ele, e mesmo aceitá-lo de boa vontade.
11 – Sinto e reconheço plenamente a minha fraqueza; mas a minha fé em Deus e em sua força e seu amor, é inabalável. Eu sou como um pouco de argila nas mãos do oleiro.
12 – A minha roupagem carnal é tão corruptível como a de todos os meus companheiros humanos; e por isso estou tão sujeito a erros como qualquer um deles.
13 – No meio das humilhações e da chamada derrota duma vida tempestuosa, sou capaz de manter a minha paz, graças à subjacente fé que tenho em Deus, traduzida como Verdade.
14 – A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns aos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade.
15 – Conheço o meu caminho; ele é reto e estreito; é como o gume duma espada. Tenho prazer em andar esse caminho. Choro quando tropeço. Deus diz: “Quem trabalha com esforço não perecerá” – e eu tenho uma fé implícita nesta promessa.
16 – Por isso, embora minha fraqueza me faça cair mil vezes, não perderei a fé, e espero ver a luz, quando a minha carne estiver perfeitamente dominada, como um dia acontecerá.
17 – O meu espírito me impele numa direção, e minha carne me impele em direção contrária. Há uma libertação desse jogo de duas forças; mas essa libertação só pode ser obtida pouco a pouco, através de estágios dolorosos.
18 – Não posso atingir a libertação por uma recusa mecânica de agir, mas tão-somente por uma atividade inteligente despida de qualquer interesse. Esta luta equivale a uma incessante crucificação da carne, até que o espírito seja plenamente liberto.
19 – Passo pelo mundo tateando o meu caminho rumo à luz, no meio das trevas que me cercam. Muitas vezes aberro do caminho e falho nos meus cálculos. Confio somente em Deus, e tenho fé nos homens somente porque tenho fé Deus. Se não tivesse Deus em Quem confiar, seria como Tímon, inimigo da raça humana.
20 – Não me interessa prever o futuro; só me ocupo com o presente; Deus não me deu o controle sobre o momento vindouro.
21 – Nunca nenhum homem finito conhecerá plenamente a Verdade e o Amor, que em si mesmos são infinitos.
22 – Estou satisfeito em realizar as coisas que tenho na minha frente; não me preocupo com o porquê e o para quê das coisas. O bom-senso nos ajuda a perceber que não devemos emaranhar-nos em coisas que não podemos compreender.
Fonte: extraído do livro “Mahatma Gandhi”, de Huberto Rohden. Editora Martin Claret.
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