As enciclopédias trazem no verbete “religiosidade” as mais diversas observações de ordem lingüística, restringindo-nos a compreensão clara e uma noção definida a respeito deste tema. Apesar do elenco de idéias e definições que podemos encontrar, aqui registraremos um conceito que, a nosso ver, melhor se ajusta ao vocábulo religiosidade: “estado íntimo em que a alma se identifica com o sagrado”.
Quando se trata da “compreensão em Deus”, não neguemos nada, não afirmemos nada, apenas esperemos confiantes.
O indivíduo envolvido pelo sentimento divino está influenciado pelas qualidades transcendentais do Criador. Essa sensação íntima é captada pelas vias invisíveis do Espírito e, para muitos, ela ainda é considerada uma experiência indecifrável, misteriosa e não racional, isto é, um enigma para os seres humanos.
No entanto, é indispensável lembrarmos que “aos olhos daqueles que olham a matéria como uma única força da natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso ou sobrenatural”(O Livro dos Médiuns).
Por isso, Allan Kardec pergunta aos Seareiros do Bem: “Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de algumas de suas perfeições?” E os Espíritos Amigos respondem: “Sim, de algumas. O homem as compreende melhor à medida que se eleva acima da matéria; ele as entrevê pelo pensamento”.
O templo da compreensão do sagrado não está em percorrer um caminho florido e verdejante numa planície tranqüila e pitoresca, e sim em escalar o cume de uma montanha majestosa, onde se passa pelas trilhas íngremes da inspiração e pelas sendas estreitas da introspecção.
Quando estivermos dispostos a nos soltar e nos entregar nas Mãos Divinas, poderemos compreender que esse estado de confiança e entrega a Deus nada mais é do que possibilidades naturais; são capacidades peculiares ou comuns a todos os homens.
Deveríamos compreender que o entendimento humano é limitado e que existem fatos e situações que não podemos resolver por nós mesmos. Somente confiando na Inteligência Superior é que as coisas inexplicáveis começam a revelar-se em nossa vida.
É indispensável, porém, entendermos a expressão “lançarmo-nos nas Mãos de Deus” como uma “manifestação valorosa de devoção e fé” e jamais como uma “manifestação de entrega desesperada diante da perda e ruína”.
Quanto mais cultivarmos a compulsão de tudo saber e resolver, mais as respostas nos escaparão e menores serão as oportunidades de dissolvermos as dificuldades existenciais.
Todavia, não podemos nos esquecer de que as dádivas que Deus nos conferiu não devem servir como passaporte para a apatia, já que o livre-arbítrio, a inteligência, a vontade e o senso crítico são dons que podemos e devemos utilizar para enfrentarmos as crises que surgem em nosso cotidiano.
Para compreender as dádivas de Deus, às vezes é necessário cerrarmos os olhos para tudo que nos rodeia e abandonarmos a nossa síndrome de onipotência e de inflexível obstinação, qual seja a supervalorizar às próprias idéias, resoluções e empreendimentos.
Permanecemos em um “estado divinal” quando possuímos a compreensão plena de ser sustentados pela Força Sagrada do Universo. Vivemos em “estado divinal” quando nos soltamos e nos entregamos só a Deus, e Nele confiamos.
Fonte: extraído do livro “Os Prazeres da Alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo espírito Hammed. Editora Boa Nova.
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