Pessoas aprenderam que devem dedicar a vida aos ideais do amor, ocupando-se dos valores da bondade e dos gestos da fraternidade. Simplesmente isso bastaria? Será que agem assim por terem adquirido uma autêntica consciência crística, ou por obedecerem a mera prescrição religiosa, fundamentada num sentimentalismo superficial? Quais são os valores que mobilizam suas atitudes íntimas? O que as impulsiona interiormente?
Criaturas fogem dos desgostos da vida buscando um ideal maior para suportarem suas dores existenciais, mas não percebem que muitas vezes estão vivendo uma fantasia. Nutrem-se do produto de uma imaginação enganosa. Mais além, quando confrontam a realidade, padecem mais intensamente com a morte das ilusões recém-cultivadas do que com o próprio sofrimento em que viviam.
O caminho do conhecimento de si mesmo amplia a mente, desenvolve a razão e proporciona uma inteligência lúcida, retirando a consciência da alienação em que vive.
Quando você faz o bem esperando recompensa e gratidão, imediatamente a ação é considerada interesseira e mercantilista. Portanto, não doe alguma coisa nem se dedique a alguém sob condições. Porventura o jasmim com sua alva cor, graça e elegância revela seu aroma inebriante pela obrigação de que lhe agradeçam por isso?
Por que você não se esforça para entender os mecanismos naturais do Universo?
A dor é, em si mesma, benéfica e tem por objetivo conduzi-lo ao equilíbrio. Se você pudesse perceber por si próprio os erros que está cometendo e corrigi-los, não haveria necessidade de atravessar rigorosas lições de sofrimento. Logo, sofrer não é castigo, é aprendizado.
A questão é que você não quer aprender, mas unicamente livrar-se dos problemas, sem esforço e de forma milagrosa. Você quer prêmios e concessões divinas na prática de ações bondosas, não equilíbrio e entendimento.
A atuação mais importante que você pode ter em benefício de si e dos outros é conhecer cada vez mais a verdade e o amor em plenitude. O autoconhecimento o aproxima amorosamente de todos os seres humanos, sem distinção de credo, raça e condição social.
As dores aparecem como último recurso a ser aplicado. Elas apenas solicitam-lhe transformação interior.
Embora a consciência exterior não esteja certificada do sofrimento, julgando-se severo e doloroso demais, a consciência íntima irá guiá-lo para o curso da evolução espiritual, a qual todos estão destinados. Aceitar isso implica um passo importantíssimo para o autodescobrimento e, como resultado quase que imediato, o alívio; e, por fim, a cura definitiva.
Fonte: extraído do livro “Conviver e Melhorar”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Lourdes Catherine. Editora Boa Nova.
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