O proveito comum
Certo filósofo, mergulhado nos estudos da Revelação Divina, possuía um discípulo que nunca se conformava com a incompreensão do povo quanto às verdades celestes. Inflamava-se, de minuto a minuto, contra os maus, os ingratos ou os hipócritas, que abusavam dos elevados ensinamentos de que se via portador.
O mestre ouvia-o e guardava silêncio, até que numa linda manhã, vindo um aguaceiro rápido de estio, convidou-o para um breve passeio até o campo próximo, depois de refeita a paisagem.
Não haviam andado meio milha, quando avistaram vasta faixa de pântano; e o orientador, observando que o charco recebia a água da chuva, explicou:
– Eis que o lodaçal recolhe o líquido celeste e com ele faz imundo caldo, mas existem batráquios que se beneficiarão com segurança e eficiência, porquanto, se não chovesse, provavelmente estas águas escuras se transformariam em veneno mortal.
Depois de alguns passos, encontraram poças de enxurrada nos recôncavos de terra dura, e o mentor, analisando-as, acrescentou:
– Aqui, a fonte jorrada do firmamento é agora lama desagradável; entretanto, que seria deste chão estéril se a água divina o não visitasse? Amanhã, talvez veremos neste solo perfumada floração de lírios rústicos.
Marcharam adiante e detiveram-se na contemplação de algumas árvores nuas. A água, nos galhos ressequidos, parecia cinzenta e fétida, mas o instrutor esclareceu:
– Nestas árvores abandonadas, a bênção da chuva cristalina se fez pesada e sombria; no entanto, que lhes aconteceria se as dádivas do Alto as não beneficiassem? Possivelmente, morreriam, em breve, até as raízes. Em poucas semanas, porém, cobrir-se-ão de ramagens fartas, servindo aos lares abençoados dos passarinhos.
Logo após, espraiando o olhar pela paisagem enorme, falou ao discípulo espantado:
– Jamais censures o manancial do socorro celeste. Cada homem lhe recebe o valor no plano em que se encontra. Guardando-lhe os princípios sublimes, o criminoso se faz menos cruel, o pior se mostra menos mau, o imperfeito melhora, o infortunado encontra alívio e os bons se engrandecem para maior amplitude no serviço ao Nosso Pai. Se possuis raciocínio suficiente para discernir a realidade, não te percas em reprovações vazias. Aprende com o Supremo Senhor que ajuda sempre, de acordo com a posição e a necessidade de cada um, e distribui com todos os que te cercam os bens do Céu que já podes reter com fidelidade e o Céu te abrirá o acesso a tesouros sem-fim…
Fonte: extraído do livro “Jesus no Lar”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Neio Lúcio. Federação Espírita Brasileira.
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