As palavras de Pedro sobre os ensinos de Jesus – “Acima de tudo, cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo, porque o amor cobre uma multidão de pecados” – levam-nos a profundas reflexões a respeito do amor e do sofrimento.
Sofrer por sofrer não significa crescimento e evolução, visto que a única função da dor em nossa existência é despertar-nos para o amor – capacidade inerente a todo ser humano; por isso “o amor cobre uma multidão de pecados”.
Dificuldades ou pesares são desafios para que aprendamos a tomar decisões e a encontrar soluções, tornando-nos em consequência fortes e seguros.
O que chamamos de problemas na Terra são simplesmente lições não aprendidas, isto é, tarefas que precisamos repetir porque ainda não conseguimos internalizá-las.
Quaisquer que sejam os fatos ou situações que vivenciamos, são eles recados da vida para nosso crescimento interior. O “mal aparente” é um “bem irrevelado”, não entendido, em função de nossa miopia espiritual.
Não devemos culpar o mundo ou as pessoas, nem mesmo nos justificar inventando desculpas para nossas dores. Na verdade, diante de toda e qualquer aflição, precisamos utilizar discernimento, avaliar a situação e, a partir disso, transformá-la em aprendizagem.
Sofrimento é o resultado de atos e atitudes alicerçados em concepções precipitadas ou equivocadas que adquirimos nesta ou em outras vidas e que continuamos a perpetuar, de modo consciente ou não, em nosso cotidiano.
Se sofrermos sem tomar consciência das verdadeiras raízes que geram o tormento, ficaremos presos num ciclo perverso e destrutivo. Ao percebermos o porquê de nossas dores, nos sentiremos mais despertos e equilibrados, passando a usufruir a alegria de “reconhecer o que precisamos mudar em nós mesmos”.
Perante a amargura devemos indagar:
– Que mensagem oculta a vida está me enviando através da dor?
– Quais são os atos ou atitudes que me levam a esses acontecimentos negativos?
– Como transformar esses fardos em crescimento interior?
A Sabedoria Perfeita não nos cobra nem nos pune; quer apenas que aprendamos a amar. Ela nos exercita, habilita e instrui para o amor. Para crescer não precisamos fazer culto ao sofrimento, mas ficar atentos às crenças, comportamentos e valores que nos trazem alegria e bem-estar, ou infelicidade e desgosto.
Os fatos e acontecimentos por si sós não nos criam felicidade ou desprazer. A questão está na nossa forma de ver ou no modo que reagimos a eles. As circunstâncias que vivemos no dia-a-dia são resultado da forma de desejar, estimar, esperar, amar, acreditar, respeitar, agir, pensar; enfim, os valores que fazem parte de nossa mentalidade.
Somente seremos felizes quando conseguirmos entender a nossa primordial missão terrena: fomos criados para amar e ser amados. Pode ser que, em muitas ocasiões, não possamos escolher as situações e ocorrências externas de nossa vida, mas com certeza sempre poderemos optar pela única maneira sensata de enfrentá-las – com amor.
Fonte: extraído do livro “Um modo de entender uma nova forma de viver”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo espírito Hammed. Editora Boa Nova.
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