Para que discutir?
Mário Altamirando, ao lado de Vitoriano Siqueira, ouvia admirado os conceitos de Melásio Batista.
O homem parecia inflamado de cóleras sagradas contra a religião.
Batista era familiar de Siqueira, e Mário, recentemente chegado ao conhecimento espírita, assombrava-se ao vê-lo assim passivo ante a agressão moral do parente.
– Tudo não passa de mistificações – clamava Batista, sarcástico -, não se salva ninguém. Por último, apareceu a chamada Doutrina Espírita. Conjunção de beócios e exploradores. Embusteiros tomam nome de médiuns e impressionam tolos de toda parte.
E com gesticulação peculiar a muitos caçadores, fazia chiste:
– “Apóstolos”, imaginem! Deve ser o mesmo que dizer espertalhões que andam “após… tolos”. Mas vocês estejam certos de que a ciência, dentro em breve, fará a liquidação de Deus. A reencarnação também é balela. Já estive caçando leões na África, já fui perseguido por tigres na Índia, já fui estudar de perto o gigantesco trabalho da civilização, tanto na América do Norte, quanto na antiga Rússia, já estive na maior altura em balão e já desci à profundeza do Pacífico, junto de pescadores japoneses, e posso afirmar a vocês que a religião será museu da Humanidade.
Batista falou, falou…
Vendo que Siqueira não reagia, Mário aquietou-se. Contudo, após a despedida, quando viajavam para a cidade próxima, rumo a grande concentração espírita, interpelou o amigo quanto ao silêncio a que se recolhera.
Não teria sido oportuna uma reação construtiva?
Batista dissera absurdos!
Mas Siqueira apenas respondeu:
– Ora, ora, para que discutir?
E, sorrindo, acrescentou:
– Batista vai desencarnar como nós mesmos. A morte é lição para todos. A verdade brilhará para ele, sem necessidade de irritação para nós. Há tempo de esperar e tempo de conhecer…
Ambos os amigos demoraram-se oito dias fora do burgo em que Batista vivia em elegante casa rural, e, com surpresa, na volta, encontraram-no agonizante…
E o vigoroso ateu que caçara leões e tigres, que conhecia os mais remotos países do Globo, escalando alturas e mergulhando no oceano, morreu, vitimado por gangrena, depois da instalação de um “bicho-de-pé”…
Fonte: extraído do livro “Almas em Desfile” de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Hilário Silva. Federação Espírita Brasileira.
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