Deus, em Sua infinita misericórdia espera nossa evolução. Ele não obriga ninguém a melhorar. Ele oferece a eternidade, através da reencarnação, para que aprendamos a ser melhores. Ele nos ama da mesma forma. Sejamos bons ou maus. Podemos errar diversas vezes e Ele nos perdoa… E espera… E oferece diversas circunstâncias “didáticas” que facilitam o aprendizado. Como um adulto paciente com uma criança teimosa, Ele espera até aprendermos.
Por outro lado, eu, na minha mania de grandeza, sob o comando insano do meu superego, desejo que as pessoas sejam como eu quero que elas sejam! “Isso pode!”, “Isso não pode!”, “Isso é certo!”, “Isso é errado!”, e por aí vai… E se não me atendem, eu brigo, ofendo, revido e sigo. Sigo apresentando as “minhas normas de conduta” e querendo que elas sejam aceitas. Por quê? Será um desejo oculto do ser-humano querer brincar de Deus?
A evolução é inevitável. Por mais que alguns persistam no mal, outros avançam. E aos poucos, todos vão avançando. É por isso que, neste momento, a humanidade já desperta para um novo conceito: a diversidade, o respeito às escolhas. Mas estamos ainda engatinhando. Mesmo assim, o respeito às diferenças tem sido a pauta de muitas campanhas, pois a intolerância machuca… E até mata.
Alguma vez você já ficou chateado porque alguém discordou de você? Ou porque analisa e sente as coisas de um modo diferente de você? Ou vice-versa? Alguém te ofendeu porque não aceitou o seu modo de pensar?
Quantas relações são interrompidas por intolerância? Quantas amizades não resistem, pelo simples fato de cada um pensar do seu jeito? Laços familiares e até casamentos se rompem. Filhos que se afastam, pais que adoecem.
Por que a dificuldade em aceitar os outros como são? Por que querer decidir a minha vida e a vida do outro? “Ah, mas o outro é fofoqueiro!” ou “Ah, mas o outro não é honesto!”. Sim, é um direito dele de empregar sua vida da maneira que quiser. Isso não significa que ele não colherá frutos amargos pelo plantio irresponsável. Mas tem todo o direito de exercitar seu livre-arbítrio.
Urge refletirmos sobre permitir as pessoas serem como são. Desde que eu me proteja física e emocionalmente, eu preciso permitir que o outro erre, tome decisões equivocadas, discorde de mim. Não posso me julgar no direito de exigir que uma pessoa seja boa ou virtuosa, pois é o tempo dela, ela vai aprender conforme a sua necessidade íntima e pessoal.
Nosso Criador não interfere no nosso livre-arbítrio. Então, não devemos ter essa pretensão para com nossos irmãos.
Ao mesmo tempo em que a sociedade caminha para a discussão ética de comportamentos que já não cabem mais em nosso meio, a reflexão espiritual também deve nos envolver. A sociedade discute normas de conduta que tornem a convivência mais harmoniosa, mas esse avanço caminha junto com a evolução espiritual de cada ser. Então, à medida que conquistamos essa consciência do respeito ao próximo, precisamos compreender que “o próximo” é, como nós, um ser em evolução, passível de erro e, com total liberdade para experimentar o que quiser. Cada ser só tem controle sobre uma única pessoa: si próprio. A todos os outros devemos respeito.
Por fim, talvez esse passo seja um ensaio para aprendermos a amar incondicionalmente. E é assim que vamos melhorando, cada um do seu jeitinho e, ao mesmo tempo, juntos, nesta jornada incrível a que chamamos evolução.
Autora: Luciane Almeida
Texto extraído do site https://espirito.org.br/artigos/
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