“Há pessoas hoje que têm fé no Sutra de Lótus. A crença de alguns é como fogo enquanto que a de outros é como água. Quando os primeiros ouvem os ensinos, suas paixões acendem-se como fogo, mas à medida que o tempo passa eles tendem a descartá-las. Ter fé como água significa acreditar continuamente sem jamais voltar atrás. Uma vez que o senhor me visita constantemente, apesar das dificuldades, sua fé é comparável à água corrente. Isto é algo digno de grande respeito!“
(The Writings of Nichiren Daishonin, p. 899) Destinatário: Nanjo Tokimitsu. Data: segundo mês de 1278.
Nichiren Daishonin escreveu esta carta em 1278 enquanto se encontrava em Minobu para Nanjo Tokimitsu, um de seus principais leigos discípulos. Naquela época, a opressão sobre os seguidores de Daishonin havia começado na área de Fuji em consequência dos esforços de propagação liderados alí por Nikko, que veio a ser mais tarde sucessor de Daishonin. Esta opressão foi incitada pelos poderosos sacerdotes da escola Tendai que tinham uma forte ligação com as autoridades políticas. No meio disto, Tokimitsu levantou-se para amparar outros seguidores da perseguição, agüentando os ataques sobre si mesmo enquanto empreendia uma luta contínua para proteger os discípulos de Daishonin. Observando isto, Daishonin louva profundamente o compromisso e fé inflexíveis de Tokimitsu, que mantiveram-se de pé até mesmo no meio das piores circunstâncias.
Nesta carta Daishonin delineia dois tipos de fé, uma como fogo e outra como água, comparando a firme dedicação de Tokimitsu como água, que continua a fluir a despeito de qualquer obstáculo.
Uma pessoa que tem “fé como fogo” pode ser propensa a ter resoluções arrebatadas ou a fazer promessas, quando estimulada. Mas pode também tender a esquecê-las com o passar do tempo, tornando-se alienada do mundo da fé. Em contraste, aqueles cuja fé é como água, permanecem constantes, mantendo sua dedicação e prática seja em tempos fáceis ou na adversidade. Dessa forma, Daishonin nos ensina como é importante ” acreditar continuamente sem jamais voltar atrás.”
Durante o curso de nossas vidas e de nossa prática budista somos compelidos a encontrar problemas e sofrimentos. Podemos experimentar amargas decepções, ou ter de fazer coisas e lidar com pessoas que nos são desagradáveis. Porém, se desistirmos de nossa fé por causa de tais dificuldades ou de nossas próprias fraquezas, então em primeiro lugar não terá havido nenhum sentido de praticar o budismo. Ou, se chegarmos a conclusão de, “Ah, já fiz tudo que estava ao meu alcance,” e pararmos de desafiar a nós mesmos, as funções diabólicas irão tirar vantagem de nossa falta de determinação e seremos derrotados pelas tendências negativas que existem dentro de nossas próprias vidas.
A chave para atingir o estado de Buda nesta vida reside em lutar continuamente até o final, nunca nos tornando apanhados em passados ou nos separando do Gohonzon ou da organização para Kossen-rufu.
O Presidente da SGI, Daisaku Ikeda tem dito que “Budismo e fé significam progresso eterno, luta eterna. Tal adiantamento é sinônimo de paz e segurança. Uma vida realmente de “vitória” é em si mesma continuar alegremente. A potência de um aeroplano após levantar vôo e ficar no ar torna-se mais estável a medida que continua voando em seu curso. Se houver uma súbita mudança e suas máquinas diminuírem a força, então o aeroplano irá perder sua velocidade e um desastre não poderá ser evitado.”
Felicidade verdadeira e duradoura é construída em meio a lutas e desafios contínuos. Lembremo-nos disto enquanto nos empenhamos na nossa prática para difusão da Lei Mística.
Texto extraído do site: http://www.maisbelashistoriasbudistas.com/
- Departamento de Estudos da SGI-USA.
- Artigo publicado no World Tribune, Edição. # 3401, dd. 7 de junho 2002, pg.10.
- Tradução: Teresinha M. Santos/NY Felppondd@aol.com
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