Tratamos a terra e seus produtos da mesma maneira. Não há amor pela terra, apenas o uso dela. Se amássemos realmente, seríamos frugais no uso das coisas da terra. Isto é, senhores, se desejamos compreender nosso relacionamento com a terra, devemos ter muito cuidado no uso das coisas que ela nos dá. Compreender nosso relacionamento com a natureza é tão difícil quanto compreender nosso relacionamento com o vizinho, com a esposa, com os filhos. Mas nem pensamos nisso, nunca nos sentamos para olhar as estrelas, a Lua, as árvores. Estamos sempre ocupados demais com atividades políticas ou sociais. É claro que essas atividades são meios que usamos para fugir de nós mesmos, assim como venerar a natureza também é. Estamos sempre usando a natureza, seja como fuga ou por um fim útil, mas nunca paramos e amamos a terra e seus produtos. Nunca apreciamos os campos ricos; no entanto, nos alimentamos e vestimos com o que eles produzem. Não gostamos de cultivar a terra com nossas mãos, temos vergonha desse tipo de trabalho.
Então, perdemos nosso relacionamento com a natureza. Se chegássemos a compreender esse relacionamento, seu real significado, não dividiríamos propriedades em “suas” e “minhas”. Embora cada um pudesse ter um pedaço de terra onde construir uma casa, essa propriedade deixaria de ser “sua” ou “minha”, no sentido de exclusividade, seria mais um meio de todos terem um lugar onde se abrigar. Como não amamos a terra, nem o que ela produz, apenas os usamos, somos insensíveis à beleza de uma cascata, perdemos o toque da vida, nunca nos sentamos no chão apoiando as costas no tronco de uma árvore. E como não amamos a natureza, também não sabemos amar os seres humanos e os animais.
Não estou dizendo que não podemos usar a terra, mas sim que devemos usá-la como ela deve ser usada. A Terra está aqui para ser amada e cuidada, não para ser dividida em “sua” e “minha”. Plantar uma árvore em uma área cercada e chamá-la de “minha” é tolice. Somos zeladores temporários. Pensemos nisso.
Fonte: extraído do livro “O que você está fazendo com a sua vida? “, de J.krishnamurti. Editora Nova Era.
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