A insegurança traz como características psicológicas os mais variados tipos de medo, como o de amar, o da mudança, o de cometer erros, o da solidão, o de pronunciar e o de se desobrigar.
O inseguro não confia no seu valor pessoal, desacredita de suas habilidades e desconfia de sua possibilidade de enfrentar as ocorrências da vida, o que impulsiona a uma fatal tendência de se apoiar nos outros.
Por não compreender bem seu poder interior, apega-se na afeição do cônjuge, filhos, outros parentes e amigos e, assim, acaba dependendo completamente dessas pessoas para viver.
Em vez do amor, é a insegurança a fonte principal que lhe une aos outros; por isso controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo.
O inseguro, por não saber que não pode controlar os atos e atitudes das outras pessoas, cria grandes dificuldades em seus relacionamentos, gerando, consequentemente, maiores cobranças e barreiras entre eles.
A hesitação torna-o uma pessoa incapaz de se sentir bastante firme para agir.
Nunca possui certeza suficiente e quer sempre mais se certificar das coisas.
É excessivamente cauteloso e vigilante; está em constante sobreaviso e desconfiança de tudo e de todos, por causa do medo das consequências futuras de suas ações do presente.
Os inseguros desenvolvem muitas vezes uma “devoção mórbida” em relação às causas e aos ideais, ou se associam a um parceiro forte e dinâmico para compensar sua necessidade de apoio, consideração e segurança.
No primeiro caso, eles podem assumir diante do mundo a posição de “vítimas, crentes exaltados”, querendo convencer a todos de uma verdade que eles mesmos não acreditam, mas faz entender que é real.
No segundo, buscam alguém que lhes corresponda ao modelo de seus genitores, para que, novamente, venham a se nutrir da autoridade, decisão e firmeza que encontravam nos pais, quando crianças.
Muitos ainda buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade literária, como estratégia emocional, a fim de estimular em torno de si uma atmosfera de “bem informados” e, portanto, grandioso e seguros.
Kardec, Discípulo de Jesus, pergunta aos Instrutores Espirituais: “Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento?”
A Espiritualidade elaborou a seguinte resposta: “Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos”.
“Angústias morais” podem ser entendidas como a fragilidade em que sentem, por acreditar que estão constantemente sendo observados e julgados e também pela perpetua situação mental de vulnerabilidade diante do mundo.
Os inseguros não são assertivos; em outras palavras, não se expressam de modo direto, claro e honesto.
Omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.
O título de “Senhor de Si Mesmo” poderá definir bem a segurança e firmeza de Jesus Cristo.
Suas palavras “Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não” ainda hoje ressoam, convidando todas as pessoas à autonomia espiritual.
Realmente, o comportamento assertivo do Mestre e sua significativa liberdade de expressão revelam:
– franqueza em dizer o que pensava;
– segurança de olhar, ouvir e convidar qualquer um;
– independência de sentir o que sentia;
– liberdade de pedir e solicitar o que quisesse;
– coragem de correr riscos para concretizar tudo aquilo em que acreditava.
Essas alegrias os inseguros não sentem. Seguindo, porém, os passos de Jesus, Nosso Guia e Senhor, a humanidade alcançará a estabilidade e serenidade interior que há tantos séculos conquista dos seres despertos e amadurecidos do futuro.
Fonte: Livro: As dores da alma, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed.
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